Baruch Espinoza | filosofia
A Ética, escrita pelo filósofo holandês de origem portuguesa Baruch Espinoza, e publicada em 1677, parte da metafísica para chegar à ética. Dividida em cinco partes, inicia sua construção a partir de Deus e da natureza, passando pela mente, o corpo do homem e suas verdades, posteriormente pelos afetos, pelas paixões e razão, e por fim traz a comunhão intelectual com a força criadora.
A Ética não propõe modelos, mas indica um caminho de seleção dos encontros para que a sua potência de agir aumente para que a partir dela um corpo possa conhecer, ou se compor a outros corpos na medida em que eles convém ao seu. Mas, também, não há fórmulas para essa seleção ou para esse primeiro passo proposto. Cada um, a partir da sua experimentação pode descobrir o que lhe convém. Selecionar é o mesmo que se colocar, ao máximo, em situações nas quais o seu corpo se componha diretamente com outros corpos. E isso é diferente de ficar a deriva no acaso dos encontros. Pressupõe uma experimentação tanto quanto uma postura ativa, e não passiva, em relação aos próprios encontros. Se a Moral dissemina um modelo de conduta, a Ética propõe uma questão: como se colocar nas relações de modo a aumentar a sua potência de agir? E será aumentando a sua potência, e não a constrangendo, que melhor se poderá se compor com a sua comunidade.
Uma singularidade é, portanto, constituída coletivamente na experiência da própria vida. Nesses termos, uma sociedade de homens livres contaria necessariamente com n potências ou diferentes essências, tantas quantas forem os corpos que a compõem. Quanto mais livre uma sociedade, mais diferença e mais potência de agir em cada corpo singular que a compõe constantemente.
(trechos da tese de Iazana Guizzo - Dos métodos de concepção do espaço comum: a participação em Christopher Alexander, Lina Bo Bardi e Hassan Fathy)
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