Arquitetura e Singularidades

Publicações | produção intelectual

Questionar para alimentar.  E vice-versa
Alguns textos, vídeos e imagens que constroem e desconstroem nossos espaços de significação e sentido.

Publications | Intellectual production
Question to nurture. And vice-versa
Texts, videos and images that build and deconstruct our spaces of meaning.

 

Sistema Rio Aberto: o corpo em conexão

Por: Laura Pozzana de Barros

Resumo: Esta dissertação apresenta a prática corporal do Sistema Rio Aberto criada na
Argentina, na década de 60, pela psicóloga Maria Adela Palcos. A prática, que tem como
único fundamento o aspecto movente da vida, atua no sentido de despertar o homem para o
presente – para sua própria história e para a vida coletiva. Por isso, ressalta a importância da
experimentação antes de qualquer compreensão. A partir do movimento corporal e de uma
atenção à experiência, é possibilitada a dissolução de atitudes mecanicizadas que aprisionam a
vida do ser humano em restritos modos de operar – algo que se coaduna com um corpo
funcionando na repetição dos mesmo gestos, pensamentos, sentimentos e maneiras de agir. A
questão da mecanicidade, no contemporâneo, pode ser entendida na esteira do cartesianismo
ou do mecanicismo, onde a partir da separação mente e corpo, si e mundo, o homem se
reconhece como um ‘eu’ separado de uma experiência corporal, precisando de modelos e
regras para conduzir-se na vida. O método do Rio Aberto se desdobra através da Roda, que é
como os participantes se dispõem nas atividades, e, também, através de uma imitação
inventiva, que é como o instrutor convida-os a transitarem por outros modos de existência.
Faz-se acesso ao coletivo, e, com ele, corpos são movidos em conexão com o ‘si’ e com o
‘mundo’. Neste sentido tanto a prática quanto a discussão teórica colaboram na criação do
tema que caminha com aquilo que este trabalho ilumina: a consciência própria do corpo. É ela
que permite ao homem viver em conexão com o movimento do presente, a partir do plano dos
afetos e não de uma racionalidade distanciada do concreto. O corpo, assim, emerge na
inseparatividade entre o mundo e a experiência de si.

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