Lygia Clark | artes plásticas
Lygia dedicou-se ao estudo do espaço e da materialidade, desenvolvendo um trabalho único na arte contemporânea. Em 1959 integra a Exposição de Arte Neoconcreta, assinando o Manifesto Neoconcreto, junto à outros artistas, denunciando que a "tomada de posição neoconcreta" se faz "particularmente em face da arte concreta levada a uma perigosa exacerbação racionalista".
A experiência com a maleabilidade de materiais duros, tornando-os materiais flexíveis, chegando à matéria mole. O objeto não estava mais fora do corpo, mas era o próprio corpo que interessava. Lygia estabelece um vínculo com a vida, e podemos observar este novo estado nos seus "Objetos sensoriais, 1966-1968” (forte fonte de inspiração para o Terceira Margem): a proposta de utilizar objetos do nosso cotidiano (água, conchas, borracha, sementes), já aponta no trabalho de Lygia, por exemplo, uma intenção de desvincular o lugar do espectador dentro da instituição de Arte, e aproximá-lo de um estado, onde o mundo se molda, passa a ser constante transformação.